Feliz ano-novo na Times Square
0 Comentários Publicado segunda-feira, 31 de dezembro de 2007 - 5:00 PM.Os que ficaram frustrados com a falta de emoção natalina em NYC registrada neste blog podem começar a sonhar novamente: o New Years Eve na Times Square promete. A grande bola e o palco já estão montados e o trânsito será interrompido a partir das 15h e os shows começam por volta das 16h. Esta será a 100ª vez que a contagem regressiva para a virada do ano acompanha a descida da bola iluminada em frente ao antigo prédio do New York Times, mas a festa no local acontece desde 1904. A primeira edição do Réveillon mais famoso do mundo celebrou a inauguração da (nova) sede do jornal e a troca do nome da então Longacre Square para Times Square. Alfred Ochs, o proprietário do NY Times não poupou em nada e deu a cidade e a 200.000 pessoas presentes na data um show pirotécnico nunca antes visto. Em 1907, a prefeitura proibiu os fogos e Oachs criou a famosa bola. Este ano a bola vem com 9.576 lâmpadas, se desprende do topo do mastro de 77 pés (23,46m) às 23h59, atingindo a base exatamente às 24 (ou zero) horas. Quem tiver interesse e quiser saber mais sobre o ano-novo na Times Square, clique aqui e visite o site da Times Square Alliance.
- Hoje tocam Lenny Kravitz, Carrie Underwood, Jordin Sparks, Blake Lewis, Lighthouse, Anderson Cooper, Kid Rock e outros.
- Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas estejam na Times Square hoje e mais de um bilhão acompanhe o evento ao vivo pela TV.
- Ano passado foram recolhidas 42 toneladas de lixo das ruas depois da festa.
- O prefeito Michael Bloomberg vai apertar o botão que faz a bola descer.
Marcadores: Cultura NYC, Curiosidades
Marcadores: Emprego e Grana
Em apenas duas horas fui de feliz a P da vida e voltei. Andei 40 blocks no frio (20 de ida e 20 de volta) e estou aqui, pronto pra começar o post. Nem o Beto Carreiro tem emoção assim...
Por volta das 11h da noite do último dia 23 encontrei um maluco que disse estar morando na casa de uma brasileira que encontrou no trem, que o marido dela era americano e que o irmão do cara tinha um apartamento no Harlem pra alugar. Perguntou se eu não estaria interessado. Depois de ver cada espelunca que mais pareciam o apartamento do Peter Parker no Spiderman 2 e 3 (no 1 ele mora com a Tia Mae e depois com o Harry em apt supercool), resolvi dar uma chance ao cunhado da brasileira. Eu e um outro brasileiro, meu roommate, Lucas. Quase 1h da manhã do dia 24 estávamos vendo um apartamento inacreditável por um preço parecido com o das espeluncas. Mudamos às 9h da manhã. O único problema era que o apartamento não tinha móvel algum além do fogão e da geladeira.
Na fé, entrei no oráculo de toda a NYC: o Craigslist pra ver se não tinha ninguém doando alguma coisa. E não é que tinha? Um casal mudando pra Israel estava doando quase toda a mobília. Só passar e pegar. Aluguei uma van (do turco fdp) na U-HAUL e fui buscar. Tudo o que vocês vêem nas fotos foi completamente FREE. Nem acreditei quando cheguei na casa dos judeus. Impressionante. Tanto a doação quanto a praticidade de você poder alugar uma van ou um caminhão e fazer sua própria mudança po US$ 19.90 + 0.95 por milha rodada. Na noite de natal estávamos com o apartamento pré-mobiliado. Só falta cama, garfo e faca.
Marcadores: Housing e Hostels, Roubadas
A árvore do Rockfeller Center durante o dia e à noite: a coisa parecida com natal que tem por aqui.
Marcadores: Cultura NYC
Marcadores: Saudades de Casa
Bem mais que vinte e poucos anos...
3 Comentários Publicado domingo, 23 de dezembro de 2007 - 3:14 PM.Eu devia ter feito essa viagem quando tinha 18 anos. Não pela idade, mas pela disposição. Ontem o hostel encheu de brasileiros e eu conheci dois gaúchos de Rio Grande, um com 18 e outro com 19 anos. Até ontem eles estavam numa cidade perto de Boston, trabalhando numa metalúrgica, dormindo no chão, comendo congelados todos os dias e – tirando o salário – estavam achando muito bom. Lembrei dos meus 18 anos.
Hoje não tenho mais a mesma disposição pra roubadas. Pensei que tinha antes de embarcar. Pensei que era o peso da responsabilidade que tinha me feito mais prudente e acostumado com segurança, respeito e essas coisas de "gente grande". Pensei que se deixasse tudo esquematizado pra minha esposa e filha, contas em dia e tudo mais, eu voltaria a ter esse desapego com essas coisas por um tempo. Hoje caiu a ficha: tô mais pra tiozão que pra adolescente...
Toda noite eu penso em pegar a grana que me resta e sair pra aproveitar as atrações que não visitei ainda por medo de ficar sem grana. Quando o dinheiro acabasse, pegaria o avião e encararia essa trip como puro turismo. Em duas semanas estaria de volta ao Brasil na minha vida segura e tranquila. Pelo menos teria conhecido NYC.
Não seria um mau negócio, eu sei. Há tempos eu queria fazer essa viagem. Mas toda a manhã o "e se..." me faz desistir dessa idéia. Ainda existe uma esperança de conseguir um trabalho legal, desses que fazem os foreign-borns, e aí tudo muda. Estou na fé.
Brooklyn Bridge
West 14th Street
Prédio a venda no Harlem. Será que alguém compra?
Leão na entrada da Biblioteca Pública de NYC
The Salvation Army - tem um destes em cada esquina
Marcadores: NYC Pics
Na mesma foto temos o Chrysler Building ao fundo, a Grand Central ao centro, A Madison Avenue (representada pela placa à direita) e um Yellow Cab passando em primeiríssimo plano.
Marcadores: NYC Pics
Estão na classe "cucaracha" os imigrantes que estão aqui sem alguma especialização, trabalhando em restaurantes, lanchonetes, construção civil, carregando caixas, dirigindo taxis, etc. Os cucarachas praticamente se matam por um emprego. Ninguém tá muito interessado na pessoa por trás da função. Se puder carregar a caixa daqui pra lá, muito bem. Se tiver algum problema, achamos outro cucaracha. Tudo no melhor estilo "Não gostou cai fora. NYC tá cheio de cucaracha igual a você!".
A segunda esfera é diferente. São profissionais graduados, com alguma special skill. Segundo o jornal METRO de 19 de dezembro, 1/4 de todos os CEOs de NYC são foreign-born. Notaram a diferença? Os lavadores de pratos são immigrants enquanto os CEOs são foreign-born. Estes são tratados com respeito apesar de sofrerem um pouco de discriminação quando disputam diretamente alguma coisa com um americano. São pessoas que não podem simplesmente ser substituídas automaticamente. São profissionais com "penso".
Definitivamente não quero estar na classe dos cucarachas. Prefiro ser foreign-born. Se não achar um emprego que me trate com o respeito que mereço, talvez não fique aqui por muito tempo.
Marcadores: Cultura NYC, Emprego e Grana, NYC Pics
Marcadores: NYC Pics
A pior refeição do dia é o maldito Breakfast. No almoço ou na janta você escolhe entre McDonalds, Subway, Burger King ou Pizza e manda ver. Já sabe o que esperar. No café da manhã tudo é surpresinha. Parece que tudo é doce, tem cara de almoço ou é ruim pra caramba. Ontem pedi um Turkey Sandwich, pensando que viria alguma coisa com peito de perú e recebi um hambúrguer [pão e bife de peru]. Outro dia comi um croissant com omelete e hambúrguer.
Hoje, em mais uma tentativa frustrada, comprei um copo de iogurte com granola que estava bonitão na prateleira. Frutas picadas, iogurte com cara de caseiro, US$ 4.00. Abri o copinho , enfiei a colher de plástico e percebi a roubada. Tinha mais granola que iogurte. Tanta granola que o iogurte deixou de ser líquido e virou "pasta de granola". Como se isso não bastasse, o iogurte não era doce nem a granola tinha o tradicional melzinho na receita. Comi porque foi caro, mas depois tive que comprar um suco de pêssego pra tirar o gosto ruim da boca.
Que saudade de um pão francês com requeijão, chester e queijo prato.
Marcadores: Cultura NYC, Roubadas
O mais difícil de morar em NYC sozinho é estar em NYC sozinho. Tem tanta coisa a ser compartilhada nessa cidade que a gente se sente aproveitando tudo pela metade. Não sei, talvez eu tenha acostumado a chegar em casa no fim do dia e dividir tudo o que aconteceu, comemorar os dias bons e ter um ombro pra chorar nos dias ruins, e isso faz falta. Vou usando o blog como palhativo.
Hoje vou no cinema. Espero que o dia seja melhor.
Marcadores: Housing e Hostels, Roubadas
Marcadores: Cultura NYC
Marcadores: Emprego e Grana
- Beber água aqui custa 2x mais que beber suco e 4x mais que beber coca-cola.
- O Harlem é realmente um bairo de negros. Ponto pro Leo.
- A segurança no metrô é absurda. Uma menina sentou do meu lado, abriu um PowerBook 15" e escreveu um email pro namorado. Ninguém nem olhou estranho pra ela.
- NYC é uma cidade suja, especialmente no Subway (metrô)
- Neve derretendo escorrega pra caramba. Quase caí umas 5 vezes.
- Se você tem um laptop, sua vida digital vira um paraíso. Internet wireless em praticamente todo o lugar. Se você não tem, tá ferrado.
- Se você é do tipo que ama a natureza, você pode comprar uma sopa ou um Ginge e comer na Union Square vendo os esquilos correndo pra lá e pra cá.
- Não se houve palavra alguma no trem pela manhã. Apesar de todos os assentos estarem ocupados, todos lêem calados os seus jornais.
- Bagel (até onde eu entendei) é um panifício feito de QUALQUER coisa, desde que tenha o formato de rosca.
- No McDonalds, peça refrigerante sem gelo. Se você não falar nada, vai receber 1/2 copo de refrigerante e 1/2 de gelo.
- "To stay or to go?" é uma sentença impronunciável para os atendentes de lanchonete aqui. Eles falam alguma coisa como "steiorugol"
- O Big Tasty aqui se chama Angus. Big n' Tasty é a categoria dos lanches grandes.
The Five Boroughs of NYC 1: Manhattan 2: Brooklyn 3: Queens 4: The Bronx 5: Staten Island.
Tentando entender como funciona a cidade que nunca dorme, encontrei no Wikipedia um aspecto interessante da geografia política de Nova Iorque.
Como assim?
A cidade é dividida em 5 Boroughs. Em português, borough (de Burgo = cidadela fortificada na Idade Média) seria alguma coisa próxima a distrito, mas com uma unidade administrativa própria. Isso no resto dos Estados Unidos. Em NYC este não é o siginificado de borough.
Apesar da divisão ser bem clara, de cada um dos boroughs ser representado por um borough president e ter – com exceção de Manhattan – um borough hall (algo como uma prefeitura do distrito), nenhum deles tem independência administrativa. O "presidente do Burgo" não tem muitos poderes executivos e nem qualquer função legislativa dentro do distrito. Quem manda mesmo é o prefeito da cidade de Nova Iorque. E quem legisla é o New York City Council.
O sexto borough?
Os boroughs foram criados em 1898 durante a consolidação das divisas da cidade e seus limites geográficos se mantém até hoje. Muitos lugares, próximos ou distantes de NYC já se autodenominaram the 6th Borough. Entre eles estão Hudson County (NJ), Nassau County (NY), Newark (NJ), a cidade de Filadélfia (PA), o sul da Flórida e até mesmo Israel. A única proposta formal que de fato mereceu consideração por parte da prefeitura de NYC foi em 1934, quando o conselho municipal sugeriu a inclusão de Yonkers como sexto borough.
Usa-se a expressão Five Boroughs pra se referir a Nova Iorque como um todo (algo como grande Porto Alegre, Grande Florianópolis ou Grande São Paulo), evitando assim confusão ao se referir apenas à área metropolitana de NYC ou mesmo à Manhattan.
Em junho de 2004, os Beastie Boys lançaram um álbum (o sexto deles gravado em estúdio) chamado To the 5 Boroughs. No dia seguinte ao lançamento, o álbum alcançou a primeira posição no Billboard 200 e teve 360.000 cópias vendidas na primeira semana.
Existe uma rede de sorveterias chamada 5 Boroughs Ice Cream que tem lojas por toda NYC. Cada sabor de sorvete foi batizado com o nome de um bairro, uma rua, uma esquina ou uma região da cidade.
Marcadores: Cultura NYC, Curiosidades
O Jornal Nacional da última segunda-feira informou que o dia 1º de dezembro foi o mais frio do ano na cidade de Nova Iorque, e ainda nem é inverno. Segundo o site AccuWeather.com temperatura chegou a 27ºF (-2.8ºC) mas a sensação térmica ficou em 19ºF (-7.2ºC). Metereologistas afirmam que este deve ser o inverno mais rigoroso da década na cidade que nunca dorme. Já tô com medo dessa friaca...
Marcadores: Roubadas
Laura Esteves é mineira de Belonzonte, redatora na DDB NY, maratonista, escritora bilíngüe, colunista da seção Passaporte do CCSP e adora deixar bilhetes nos tênis do namorado. Cria para Diet Pepsi, Budweiser, prefeitura de New York e já rodou um comercial com Jerry Seinfeld.
Marcadores: Ad Fuckers, Monografia
Minha fase dos "não sei" parece estar chegando ao fim. Há dois meses que esta é minha resposta default. As pessoas me perguntavam: "...vai morar onde?" ou então "...onde/com o que você vai trabalhar?", "vai trazer muita coisa de lá?" ao que solenemente respondia: não sei. Agora, pelo menos uma das perguntas já ganhou resposta. Acabei de reservar as primeiras 10 noites em um albergue no Harlem.
Sim, eu sei que o Harlem é um bairo de afro-descendentes e com esse meu layout americano-de-olho-azul eu posso me dar mal. Todo mundo já falou isso. Mas lembra do objetivo #3 do primeiro post? Além disso, o hostel é barato, limpinho e fica perto do metrô e a fama do Harlem é dos anos 80. Parece que tudo mudou e a coisa não é mais assim tão preta como nos filmes do Charles Bronson. Afinal, Nova Iorque é uma das metrópoles mais seguras do mundo, não é isso?
Além disso, tenho um amigo que disse que eu não visitaria o Harlem, que eu teria medo. Falei que queria visitar uma Igreja e assistir a um culto por lá e ele duvidou. E não gosto que duvidem de mim. Porém, se alguém tem algum motivo real para que eu desista disso, fale agora ou cale-se para sempre. Se me acontecer alguma coisa por lá, pode pôr a culpa no Leo.
View Larger Map
Marcadores: Housing e Hostels
Ícaro Doria, brasileiro, 27 anos é talvez o mais jovem diretor de criação da Saatchi&Saatchi, agência premiadíssima no mundo inteiro. Ícaro ganhou fama internacional com a campanha Meet the World, para a revista portuguesa Grande Reportagem. A campanha ganhou, entre outros prêmios, o Leão de Ouro no Festival de Cannes de 2005 e o Grand Prix do Fiap, Festival Ibero-americano de Publicidade e já recebeu diversas atribuições falsas de autoria, nome e propósito que circularam pelo mundo através de emails e blogs. Até prêmio Nobel já sugeriram para o "diplomata norueguês" que supostamente teria criado os infográficos a pedido da ONU. Confira aqui, aqui e aqui.
Marcadores: Ad Fuckers, Monografia
Só pra o primeiro não ficar triste e sozinho, vai um post que tem tudo a ver com o blog: a letra de New York, New York, do homem que captou esta cidade como niguém.
New York, New York
Frank Sinatra
Start spreading the news, I'm leaving today
I want to be a part of it - New York, New York
These vagabond shoes, are longing to stray
Right through the very heart of it - New York, New York
I wanna wake up in a city, that doesn't sleep
And find I'm king of the hill - top of the heap
These little town blues, are melting away
I'll make a brand new start of it - in old New York
If I can make it there, I'll make it anywhere
It's up to you - New York, New York
New York, New York
I want to wake up in a city, that never sleeps
And find I'm a number one - top of the list - king of the hill
A number one
These little town blues, are melting away
I'm gonna make a brand new start of it - in old New York
And if I can make it there, Im gonna make it anywhere
It's up to you - New York, New York
New York
Marcadores: Cultura NYC
Este blog vem ao mundo digital hoje, na madrugada de um sábado fadado a ser o primeiro do mês de dezembro do grande ano de 2007 e nasce com a missão de registrar a maior aventura da vida deste diretor de arte que vos escreve. Sonho antigo, a possibilidade de morar na Big Apple nasceu de um plano de viagem turística, backpacker mesmo, de apenas 10 dias e foi crescendo descontroladamente até a marca de 100 dias que pretendo cumprir.
Durante a evolução projeto, o visto de turista se transformou em visto de trabalho temporário (J1), o que me permitirá trabalhar legalmente nos EUA até o dia 15.03.2008. Depois disso, fico mais 10 dias cumprindo o plano original, como backpacker. Fazendo um merchan, estou indo pela Intercultural, com um programa de trabalho chamado Work Experience USA® (jabá pra cliente vale, né?).
Assumi 3 objetivos para esta temporada na cidade que nunca dorme:
1. Trabalhar/estagiar em uma agência de propaganda em NYC. É barra, eu sei, mas eu acredito em um Deus que faz milagres. Essa vai ser a melhor bagagem que vou trazer de volta ao Brasil.
2. Trazer material para a minha monografia. O título é Reclames Made in USA - Publicitários brasileiros que deram certo na Madison Avenue. É um trabalho de história oral temática que pretende registrar a trajetória de grandes profissionais brasileiros que atuam no maior mercado do mundo, suas motivações, medos, dificuldades, etc.
3. Viver sem medo de entrar em roubadas. Quero arbitrariamente presenciar/participar de situações que rendam histórias capazes de entreter amigos, filhos, netos e algum leitor ocasional. É trip total!
Então é isso. Toda a colaboração é bem-vinda. Dicas, contatos de amigos que moram lá, notícias sobre NY enquanto eu estiver aqui, notícias do Brasil quando eu estiver lá, sei lá. Criatividade gente!
Marcadores: Monografia