Esse é o diário de bordo da minha aventura na metrópole do mundo.


Nice days & Bad days



Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street (em cartaz hoje nos melhores cinemas)

O mais difícil de morar em NYC sozinho é estar em NYC sozinho. Tem tanta coisa a ser compartilhada nessa cidade que a gente se sente aproveitando tudo pela metade. Não sei, talvez eu tenha acostumado a chegar em casa no fim do dia e dividir tudo o que aconteceu, comemorar os dias bons e ter um ombro pra chorar nos dias ruins, e isso faz falta. Vou usando o blog como palhativo.
A última quarta-feira foi um dia bom, o melhor que tive aqui até agora. Fiz minha primeira entrevista e tudo correu bem. Montei meu portfolio, cheguei no escritório na hora marcada e fui atendido por duas mulheres, uma CEO da empresa e outra Diretora de Marketing, Danielle e Liz. Meu inglês estava bom, fluente, conversamos bastante, gostaram do meu trabalho e nos despedimos com "vamos mandr um email pra você esta noite". Depois de sair dessa entrevista, fui até uma outra, roubada total, daquelas de vender livro infantil na rua, mas isso não abalou minha alegria. No fim do dia, passei na Apple Store da 5ª avenida (minha Lan House favorita) e li o email delas: pediram um flyer-teste. Ok, let's do it!
Ontem, em compensação, foi um dia ruim. Como não tenho computador ainda, cheguei na Apple Store cedinho para fazer o flyer-teste. Pra que ninguém more dentro da loja, não tem bancos ou cadeiras por aqui. Você pode usar qualquer computador que queira, pelo tempo que desejar, desde que fique de pé. OK, no problem, I can do it. Três horas depois - com as pernas formigando - estavam prontas 2 opções de flyer. Entrei então no Craigslist pra procurar um quarto pra morar. Achei um no Brooklyn, liguei, marquei uma visita, peguei o endereço e as DIRECTIONS (isso é fantástico aqui, depois escrevo um post só sobre isso) e fui pra lá. Pega trem, desce na estação tal, pega o ônibus tal e desce na Carlton Avenue.
- Ei, bus driver, você pode me avisar quando chegarmos na Carlton Av.?
- Of course I can!
Acho que meu inglês não é muito bom e eu não sei o que isso quer dizer. O FDP do motorista me levou até o fim da linha e nem desculpa pediu. Peguei o ônibus de volta e pedi a mesma coisa ao outro motorista. Mesma resposta. Mesma atitude. Se eu não fico ligado nas plaquinhas ia acabar no fim da linha outra vez. Cheguei no endereço. Um prédio fedorento, com lixo na porta, de frente pra um viaduto, com uma Deli (mercadinho) e uma Liquor Store (loja de bebidas) no térreo. Me atende uma ucraniana nojenta, estudante de arquitetura que esnoba quando descobre que eu sou brasileiro. Meu inglês ontem tava uma merda (isso é normal?). Ela mora num apartamento cocô, cheio de ratos e lixo e se acha no direito de esnobar alguém. Quantos Big Macs será que essa russa de merda comeu na infância? Resultado, rodei a tarde toda só pra ter raiva.
Andei um pouco no Brooklyn e peguei o trem de volta pra Manhattan. Desci na frente do Museu de História Natural mas era tarde pra pagar US$11,00 pela visita. Passei na Apple Store e fui pro hostel. Pra fechar o dia, tomei banho e esqueci minhas Thermo Pants (ceroulas) no banheiro. Acordei hoje pela manhã e alguém já tinha levado. Estou com as pernas congelando.

Hoje vou no cinema. Espero que o dia seja melhor.
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Neste exato momento tem um negão no computador do meu lado que abre fotos da Miranda Kerr, escreve alguma coisa num papel e fica mostrando pra tela do computador. Ele fica gesticulando, abrindo e fechando a boca como se falasse com ela, mas não emite nenhum som. Ele já tá fazendo isso tem umas 2h. Tem cada doido nessa cidade...

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1 Responses to “Nice days & Bad days”

  1. # Blogger Unknown

    ahahahahaha. Muito bom, Tuxim! O massa de uma viagem dessa é que tudo, no final, é diversão. Roubadas como essa do ônibus são normais. Quanto ao "dia ruim" no inglês, também é mais do que normal. Tem dia que simplesmente não sai nada!  

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Leandro Tuxo é cristão, gaúcho publicitário, diretor de arte da Propague (SC), marido fiel e pai dedicado. (Não necessariamente nessa ordem).

Foi advertido diversas vezes sobre o alto custo de vida em New York City, mas não deu ouvidos aos pessimistas.

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