Esse é o diário de bordo da minha aventura na metrópole do mundo.


Saudades da Big Apple


Quando sai de NYC já sabia que um pedaço de mim tinha ficado plantado – em meio à neve – no coração do Central Park. Para seres urbanos e competitivos como eu é impossível morar nessa cidade sem se apaixonar perdidamente. Agora eu entendo os motivos que fazem com que a campanha I (heart) NY dure até hoje.

Alguns de vocês podem estar pensando que eu aluguei um filme na Blockbuster, comprei uns Donuts, ouvi um discurso bonito e fui seduzido pelo american way of life. Podem pensar que o motivo disso tudo sejam os dólares ou talvez a Apple Store ou ainda o poder de compra do salário americano que me tenha cativado, mas garanto que não é nada disso. Atestei a negativa ao desembarcar em Orlando: uma cidade americanóide, com seus americaninhos alienados dirigindo carrões de alto-consumo nas suas avenidas gigantes. Orlando é o paraíso das compras com milhares de Outlets limpinhos, mobiliário urbano com cores vibrantes e sorrisos de palhaços pra todos os lados, um lugar completamente voltado para a diversão do tipo "dê férias para o seu cérebro". Lá também tem dólares, loja da Apple, poder de compra, mas apesar disso, não deu a menor vontade de ficar por lá.

Apesar de toda a dureza dos Nova Iorquinos, de todo o lixo que tem pela rua, do alto preço dos aluguéis e dos terríveis cafés da manhã aos quais fui submetido no começo, não me arrependo nem um pouco de ter escolhido morar por lá.

Nova Iorque é multicultural, pluricultural, hipercultural e até acultural se você quiser apenas ver um show das Spice Girls. Em Nova Iorque você não precisa de carro e, não precisando, você encurta a distância entre o cucaracha dishwasher e o cara de terno do mercado financeiro, entre a senhora hindu que vende incenso e o estudante canadense filhinho de papai. Lá você aprende a respeitar pontos de vista diferentes ou se muda, convive pacificamente com outras maneiras de ver a vida ou vai embora. Mas, apesar de ter o mundo todo ao seu lado, com mil línguas diferentes sendo faladas entre duas estações, basta você colocar os fones de ouvido e se recolher ao seu mundo particular sem ter que se preocupar com o preço da gasolina, o desgaste dos pneus, vaga pra estacionar, revisão, troca de óleo, IPVA, alinhamento, balanceamento ou engarrafamento.

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Leandro Tuxo é cristão, gaúcho publicitário, diretor de arte da Propague (SC), marido fiel e pai dedicado. (Não necessariamente nessa ordem).

Foi advertido diversas vezes sobre o alto custo de vida em New York City, mas não deu ouvidos aos pessimistas.

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