Depois de longos meses sem publicar um suspiro sequer, eis que estou de volta, tecendo mais algumas linhas sobre a Grande Maçã. A diferença é que – a partir de hoje - o que você vai encontrar neste blog não é mais um retrato da minha vida cotidiana pelas ruas e túneis de Nova Iorque e sim uma visão distorcida pelo tempo. Já faz quase 8 meses que estou no Brasil e, com a crise econômica batendo forte por lá, as esperanças de voltar com a família para as terras do Tio Sam vão ficando cada vez mais distantes.
Porém, à revelia dos fatos, as recordações teimam em aparecer vez ou outra, ora em sonho, ora na telona do cinema ou em um seriado da TV à cabo. A verdade é que muito de mim ficou por lá, e o pouco que eu trouxe de volta está com uma saudade terrível. Resolvi voltar a escrever.
Porém, à revelia dos fatos, as recordações teimam em aparecer vez ou outra, ora em sonho, ora na telona do cinema ou em um seriado da TV à cabo. A verdade é que muito de mim ficou por lá, e o pouco que eu trouxe de volta está com uma saudade terrível. Resolvi voltar a escrever.
Já falei aqui em outro post sobre satisfação que dá ter leitores. Escrever com a certeza de que alguém está lendo aí do outro lado faz todo o trabalho valer a pena. Semana passada esta satisfação alcançou um outro nível: alguns leitores me procuraram pedindo dicas sobre "morar em NYC", afirmando que minhas humildes linhas lhes inspiraram a tentar a sorte na cidade que nunca dorme. O que posso dizer? Vocês, leitores, fizeram um blogueiro principiante mais feliz. Estarei por aqui, sempre pronto a dividir minhas experiências com quem precisar delas.
Depression - Nicole Glover
Todos que passam uma curta temporada fora do Brasil (e gostam da experiência) afirmam sofrer de depressão nos meses que sucedem a volta. Todos que eu conheço, pelo menos. Eu inclusive.Antes de viajar, achava que isso era uma frescura consumista, que era a maior pagação de pau para os estrangeiros já que – regularmente – quem falava isso tinha trabalhado de garçom ou lavador de prato pros gringos e achou maravilhoso, mas se fosse aqui estaria reclamando (e muito). Hoje vejo que boa parte da saudade não vêm dos salários ou do poder de compra e que não é o Brasil – mesmo com todos os problemas – o responsável pela depressão. O maior vilão nesse caso é a ilusão.
Quando chega o momento de voltar para o casa, geralmente a passagem está comprada há tanto tempo que você nem lembra quanto ela custou. Quando você embarca para o Brasil, tem a ilusão de que pegar um avião é fácil: basta chegar no aeroporto 2 horas antes. Você volta pra casa com a certeza de que dentro de alguns meses vai poder voltar e visitar aquela vida que construiu e passou a gostar, que em breve vai sentir o cheiro do Sish Kebab e que não demora vai poder passear na 42nd. Doce ilusão.
A medida que você encara a rotina da realidade que deixou "pausada" no Brasil e olha no olho dos velhos problemas, as fichas começam a cair e você percebe que aquilo que estava ali, a duas quadras de você, agora é inalcansável outra vez.
Quando sai de NYC já sabia que um pedaço de mim tinha ficado plantado – em meio à neve – no coração do Central Park. Para seres urbanos e competitivos como eu é impossível morar nessa cidade sem se apaixonar perdidamente. Agora eu entendo os motivos que fazem com que a campanha I (heart) NY dure até hoje.
Alguns de vocês podem estar pensando que eu aluguei um filme na Blockbuster, comprei uns Donuts, ouvi um discurso bonito e fui seduzido pelo american way of life. Podem pensar que o motivo disso tudo sejam os dólares ou talvez a Apple Store ou ainda o poder de compra do salário americano que me tenha cativado, mas garanto que não é nada disso. Atestei a negativa ao desembarcar em Orlando: uma cidade americanóide, com seus americaninhos alienados dirigindo carrões de alto-consumo nas suas avenidas gigantes. Orlando é o paraíso das compras com milhares de Outlets limpinhos, mobiliário urbano com cores vibrantes e sorrisos de palhaços pra todos os lados, um lugar completamente voltado para a diversão do tipo "dê férias para o seu cérebro". Lá também tem dólares, loja da Apple, poder de compra, mas apesar disso, não deu a menor vontade de ficar por lá.
Apesar de toda a dureza dos Nova Iorquinos, de todo o lixo que tem pela rua, do alto preço dos aluguéis e dos terríveis cafés da manhã aos quais fui submetido no começo, não me arrependo nem um pouco de ter escolhido morar por lá.
Nova Iorque é multicultural, pluricultural, hipercultural e até acultural se você quiser apenas ver um show das Spice Girls. Em Nova Iorque você não precisa de carro e, não precisando, você encurta a distância entre o cucaracha dishwasher e o cara de terno do mercado financeiro, entre a senhora hindu que vende incenso e o estudante canadense filhinho de papai. Lá você aprende a respeitar pontos de vista diferentes ou se muda, convive pacificamente com outras maneiras de ver a vida ou vai embora. Mas, apesar de ter o mundo todo ao seu lado, com mil línguas diferentes sendo faladas entre duas estações, basta você colocar os fones de ouvido e se recolher ao seu mundo particular sem ter que se preocupar com o preço da gasolina, o desgaste dos pneus, vaga pra estacionar, revisão, troca de óleo, IPVA, alinhamento, balanceamento ou engarrafamento.
Alguns de vocês podem estar pensando que eu aluguei um filme na Blockbuster, comprei uns Donuts, ouvi um discurso bonito e fui seduzido pelo american way of life. Podem pensar que o motivo disso tudo sejam os dólares ou talvez a Apple Store ou ainda o poder de compra do salário americano que me tenha cativado, mas garanto que não é nada disso. Atestei a negativa ao desembarcar em Orlando: uma cidade americanóide, com seus americaninhos alienados dirigindo carrões de alto-consumo nas suas avenidas gigantes. Orlando é o paraíso das compras com milhares de Outlets limpinhos, mobiliário urbano com cores vibrantes e sorrisos de palhaços pra todos os lados, um lugar completamente voltado para a diversão do tipo "dê férias para o seu cérebro". Lá também tem dólares, loja da Apple, poder de compra, mas apesar disso, não deu a menor vontade de ficar por lá.
Apesar de toda a dureza dos Nova Iorquinos, de todo o lixo que tem pela rua, do alto preço dos aluguéis e dos terríveis cafés da manhã aos quais fui submetido no começo, não me arrependo nem um pouco de ter escolhido morar por lá.
Nova Iorque é multicultural, pluricultural, hipercultural e até acultural se você quiser apenas ver um show das Spice Girls. Em Nova Iorque você não precisa de carro e, não precisando, você encurta a distância entre o cucaracha dishwasher e o cara de terno do mercado financeiro, entre a senhora hindu que vende incenso e o estudante canadense filhinho de papai. Lá você aprende a respeitar pontos de vista diferentes ou se muda, convive pacificamente com outras maneiras de ver a vida ou vai embora. Mas, apesar de ter o mundo todo ao seu lado, com mil línguas diferentes sendo faladas entre duas estações, basta você colocar os fones de ouvido e se recolher ao seu mundo particular sem ter que se preocupar com o preço da gasolina, o desgaste dos pneus, vaga pra estacionar, revisão, troca de óleo, IPVA, alinhamento, balanceamento ou engarrafamento.
Aterrisei no Brasil há mais de 10 dias e entrei no turbilhão com uma rapidez descomunal. Já cheguei com carro estragado, cano quebrado na parede da cozinha, máquina de lavar com defeito, aparelho telefônico que não funciona, dólar em queda-livre... Some-se a isso 3 opções de campanha para uma prospecção, contratação de estagiária de redação, imersão em clientes novos e um review de tudo o que foi feito para os antigos. Isso sem contar as vendas das muambas, o sem-número de visitas e a atenção redobrada que a família (com todo direito) tem exigido. Deu pra perceber o motivo da falta de posts? Sorry fellows, prometo escrever (assim que der).
Como passei vários dias em silêncio absoluto neste blog, segue um resumo básico dos acontecimentos para atualizar os leitores:
07.03 - Vôo NYC - Orlando
07.03-10.03 - Visita à Universal Studios, Islands of Adventure, Hard Rock Café, Cowboy's e casa do Jeff (ex-estagiário da Uniqe - trabalha em uma agência em Orlando)
10.03 - Greyhound (ônibus) para Miami
11.03 - Vôo Miami - Guarulhos
12.03 - Vôo Guarulhos - Floripa
12.03-16.03 - Férias das férias
15.03 - Welcome Back no Botequim
17.03 - Retorno à Uniqe
Em breve cada um destes eventos será detalhado e ilustrado com fotos. See you soon, guys!
07.03 - Vôo NYC - Orlando
07.03-10.03 - Visita à Universal Studios, Islands of Adventure, Hard Rock Café, Cowboy's e casa do Jeff (ex-estagiário da Uniqe - trabalha em uma agência em Orlando)
10.03 - Greyhound (ônibus) para Miami
11.03 - Vôo Miami - Guarulhos
12.03 - Vôo Guarulhos - Floripa
12.03-16.03 - Férias das férias
15.03 - Welcome Back no Botequim
17.03 - Retorno à Uniqe
Em breve cada um destes eventos será detalhado e ilustrado com fotos. See you soon, guys!
Hoje é meu último dia em NYC. Sim, eu sei, não foram 100 como o
previsto, mas 83 dias incrivelmente intensos nessa cidade fantástica.
Como mudar o nome do blog a essa altura do campeonato não faria
sentido algum, mesmo no Brasil continuarei a escrever sobre o tempo
que passei na Big Apple. Meu iPhone está cheio de anotações e textos
pela metade esperando uma brecha pra ir ao ar, então, ao invés de
acabar no centésimo dia, este blog se encerra com o post de número
100. Deal? (esse é o post de nº 71)
previsto, mas 83 dias incrivelmente intensos nessa cidade fantástica.
Como mudar o nome do blog a essa altura do campeonato não faria
sentido algum, mesmo no Brasil continuarei a escrever sobre o tempo
que passei na Big Apple. Meu iPhone está cheio de anotações e textos
pela metade esperando uma brecha pra ir ao ar, então, ao invés de
acabar no centésimo dia, este blog se encerra com o post de número
100. Deal? (esse é o post de nº 71)