Esse é o diário de bordo da minha aventura na metrópole do mundo.


Depois da tempestade...



Existem painéis como este (alguns bem maiores) espalhados por toda a cidade
Agora que a pressão por conseguir um emprego não existe mais, vai me sobrar tempo para escrever sobre assuntos variados. Tenho uma porção deles na gaveta e devo deixá-los sair na velocidade que as minhas pernas aguentarem (escrevo de pé, na Apple Store da 5th Avenue, lembra?).

Atendendo a pedidos, o primeiro assunto a ser abordado será a publicidade na Grande Maçã, primeiro tópico: mídia. Devo advertir aos leitores que estou apenas consumindo propaganda até o presente momento e, portanto, é sobre esta ótica que surgirão as críticas e observações. Mais tarde, quando estiver produzindo, falo sobre o how to americano. Outro detalhe a ser levado em conta é a falta de televisão. Como não tenho uma, a percepção fica um pouco alterada.

Na questão veículos de comunicação, a grande vedete é a mídia expositiva. Muita gente na rua, no metrô, nas estações, nos parques e ninguém em casa vendo TV. Rádio aqui não é um grande veículo, apesar das características tradicionais do meio (alta segmentação, baixo custo por mil, baixo custo de produção, etc) também valerem por estas bandas. O pior inimigo do rádio é o iPod. Depois que a Apple colocou esse aparelhinho na prateleira, ninguém mais ouve rádio. Até porque não pega no metrô – nem celular pega no metrô – e todo mundo anda de metrô. Pra compensar esses problemas, o pessoal acha que a solução é massificar de verdade. A rádio que eu ouço tem praticamente 6 spots rodando dia e noite. Só 6 spots, mais nenhum. Cada um deles com um minuto e meio. Já deu pra sentir quão gostoso é ouvir rádio em NYC, né?

Das mídias que tenho observado, uma das melhores opções é o transporte público (metrô e ônibus). Como já falei, todo mundo anda de metrô, do executivo ao mendigo, da criança à senhora, do CEO ao office -boy. Você tem opção de veicular sua propaganda dentro do trem ou nas estações. No trem você impacta menos pessoas por mais tempo, enquanto nas estações você impacta mais gente por menos tempo. No trem você pode ter um texto elaborado, nas estações não. No trem você não consegue filtrar quase nada do público. As linhas são longas e passam por bairros pobres, ricos, comerciais e residenciais indiscriminadamente. Se optar pelas estações, pode escolher a região que quer veicular. Quanto ao ônibus, o painel lateral faz as vezes de um busdoor. Exibir a propaganda na lateral em detrimento da parte traseira se justifica porque quase ninguém anda de carro, quem anda geralmente tem motorista e não vê a bunda do ônibus.

Mas nada disso tem a força de uma ação promocional bem pensada e bem produzida. As pessoas estão vacinadas contra o papai-e-mamãe e só tem duas maneiras de ganhar atenção: inovando na forma ou sendo muito inteligente no conteúdo. Pequenos detalhes podem fazer toda a diferença a seu favor. O Starbucks que o diga.

Agora, se você é um grande anunciante e não tem problema com verba, faça como a Apple. Contrate uma agência duca e cubra a cidade com painéis, empenas, front-lights, tapumes e todo o tipo de mídia expositiva, sempre com um conceito extremamente forte. Tenha também uma loja-conceito na 5th Avenue e deixe as pessoas à vontade para acessar a internet de graça e ir ao banheiro. Você vai ganhar o coração das massas.

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3 Responses to “Depois da tempestade...”

  1. # Blogger Madu Madureira

    Mas acho que a starbucks inova não só por aí. Na Nova Zelândia eles colocaram alguns copinhos de café em cima de veículos, como se o motorista tivesse esquecido. Algumas pessoas iam tentar avisar o cidadão e, claro, caíam na brincadeira.  

  2. # Blogger Unknown

    Pelas tuas observações, creio eu que é idêntica às características da publicidade em Londres. Muito material nas estações de metrô e nas laterais dos ônibus. Aliás, acho que em toda metrópole onde o transporte público tem infra-estrutura e funciona de verdade, as pessoas andam menos de carro (que é o caso de Londres e NYC). Consequentemente, a propaganda é bem explorada nesse aspecto.  

  3. # Anonymous Anônimo

    Se o Gilberto Kassab (prefeito de Sampa)for eleito prefeito de NY a coisa ferrava...  

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Leandro Tuxo é cristão, gaúcho publicitário, diretor de arte da Propague (SC), marido fiel e pai dedicado. (Não necessariamente nessa ordem).

Foi advertido diversas vezes sobre o alto custo de vida em New York City, mas não deu ouvidos aos pessimistas.

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